BUSCAPÉ

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Acidentes com formigas lava-pés

Quem nunca já ouviu falar de um acidente no qual uma criança descuidada chutou um formigueiro? Acidentes como esses não são tão raros como se pensa e ocorrem com certa freqüência. Nesses casos, a principal espécie de formigas envolvida é a formiga lava-pé. Também conhecida como formiga-de-fogo, doceira, formiga-brasa, jiquitaia, formiga-malagueta, masseró ou taciba, as formigas lava-pés pertencem ao gênero Solenopsis sp. (Figura 3). Esta constrói um formigueiro achatado, o qual possui várias aberturas. Nos EUA, estas são causa de sérias preocupações, pois entraram lá por volta de 1950 e, atualmente, dominam todo o sul do país.

Figura 3. Formiga lava-pé (Solenopsis sp)

As lava-pés são altamente agressivas. Ao menor contato, saem às centenas e rapidamente. Como ela ataca? Primeiramente ela se prende com a mandíbula na pele do indivíduo. Em seguida, curva seu corpo de modo que a ponta do gáster, que contém um aguilhão com glândula de veneno, toque a pele. Se não retirada, em pouco tempo a formiga pode picar até 12 vezes. Instantaneamente forma-se uma pápula rósa no local da picada. Cerca de 24 horas depois surge uma pústula estéril, que cura em 3 a 8 dias. Picadas em grande número podem originar infecções secundárias, com abscessos e mesmo necrose de extremidades por causa da infecção. Estudos clínicos mais aprofundados já demonstraram inclusive urticárias, sensação de opressão toráxica, náuseas e vômitos e choque anafilático.

Que veneno poderoso! Isso mesmo, o veneno das formigas lava-pes é consituído por alcalóides oleosos, sendo a Solenopsina A a substância mais importante. Esta substância é altamente citotóxica e capaz de destruir células da epiderme e atrair células do sistema imunológico ao local, causando a pústula. Algumas pessoas têm alergia a uma pequena parte do veneno que é protéica.

O que fazer se for picado? Simples: corra ao pronto-socorro. Lá será medicado com anti-histamínico, corticóides tópicos, e, talvez, em acidentes maciços, corticóides sistêmicos. Evite sempre a auto-medicação.